• História do Município

Saiba mais sobre o Município de Jaciara

Os vestígios mais antigos existentes no Município de Jaciara-MT, são as pinturas rupestres localizadas no vale das perdidas, que comprovam a existência de homens pré- históricos, por meio de artes pintadas em paredes de pedras e cavernas, como forma de comunicação as quais retratam cenas do cotidiano, descobertos pelos arqueólogos franceses Denis Vialou e Agueda Vilhena Vialou em 1984. Outros vestígios são encontrados mais recentes de uma antiga aldeia dos Índios Bororós, que provavelmente residiam na região no ano estimado de 1877. Em 1947, após inúmeras visitas em Mato Grosso, uma família de agricultores e empresários do interior de São Paulo. Constituíram uma sociedade chamada CIPA – Colonizadora Industrial, Pastoril e Agrícola Ltda, dando início ao processo de efetiva colonização da cidade de Jaciara-MT.  Em 1950, é elaborado o projeto de urbanização e em 1953, criado o distrito de Jaciara, subordinado ao município de Cuiabá. Em 1958 foi elevado a município e constrói-se a BR-364, que trouxe o desenvolvimento ao local.

Lei Municipal nº 695, de 12 de dezembro de 1953
Criou o distrito de Jaciara.

Lei Estadual nº 1.188, de 20 de dezembro de 1958
De autoria do Deputado Estadual Manoel J. Arruda criou o município de Jaciara, desmembrando dos municípios de Cuiabá e Poxoréo.

Lei Estadual nº 1.765, de 10 de novembro de 1962
Criou a Usina Jaciara.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DE JACIARA

A raiz histórica da colonização de Jaciara, em Mato Grosso, teve seu inicio em  1944, quando Milton da Costa Ferreira, um jovem representante comercial, fez sua primeira visita ao Estado para vender Máquinas de Costura, dentre outros equipamentos. Nesta época, vislumbrou um estado cheio de oportunidades e riquezas. Retornando ao Estado de São Paulo, conversou com seu pai Antônio Ferreira Sobrinho e seu irmão mais velho e cartorário, Paulo da Costa Ferreira, sobre os negócios que poderiam realizar no estado de Mato Grosso. Em outra viajem (1945) à cidade de Cuiabá, havia uma propaganda do Governo oferecendo terras com proposta de compra e venda de 10 mil hectares por pessoa, Milton nesta época fez bons negócios como representante comercial, adquiriu clientes e construiu boas amizades. Retornando a São Paulo com o anuncio em mãos do Governo, convenceu sua família a investir e a adquirir terras para o plantio agrícola e implantar uma colonização.

Após vários estudos e muitos dias de troca de informações, para a definição da escolha da área a ser comprada para a colonização, entre as três áreas disponíveis naquela época, foi escolhida esta região do Vale do São Lourenço, municípios de São Pedro da Cipa, Dom Aquino, Juscimeira e Jaciara – era um paraíso que poderia render muito em termos econômicos. Após a escolha, a família  decide que o melhor a fazer seria entrar em contato com o Governador do Estado, Arnaldo Figueiredo, para as transações iniciais da compra das terras e demonstrar ao governo o interesse em colonizar toda a região. Assim feito, entra como mediador o senhor Milton da Costa Ferreira . Em 1947, em nome da empresa CIPA, adquiriram 70 mil hectares, sendo os sócios, Milton da Costa Ferreira, Paulo da Costa Ferreira, Osvaldo da Costa Ferreira, Navarro da costa Ferreira, Coriolano de Assunção, Antônio Ferreira Sobrinho e Joana da Costa Ferreira.

Adquirida a área, deu-se início a demarcação das terras e a localização da sede do município, nesta região existiam outros moradores que faziam divisa com as terras adquiridas pela CIPA, os brilhantenses que contribuíram com a demarcação das terras. Nesta época o acesso à região de Jaciara era efetuado por avião. Logo após a demarcação das terras veio para Jaciara o Patriarca da família, Sr. Antônio Ferreira Sobrinho e seus filhos, Paulo da Costa Ferreira e Osvaldo da Costa Ferreira, que possuíam larga experiência como comerciantes e no trato com fazendas. Em 1949, chegam os primeiros colonos. As primeiras lavouras são plantadas, cujo comércio era feito em Cuiabá. Nesta época, o caminho até Cuiabá era realizado por meio de estrada boiadeira, demorava sete dias para chegar à capital, os colonos que ficavam doentes também eram transportados para Cuiabá, causando grandes transtornos. Com isso a CIPA iniciou alguns investimentos na melhoria das estradas e construção de pontes.

Outro fato histórico interessante era o comércio da mandioca que era conhecida como “a mandioca da Cipa”. E os colonos continuavam chegando, gente de temperamento forte e vontade inquebrantável, tal como os senhores Nicola Radica, Irineu de Oliveira, Bruno José de França, Elias Degaspery e seus parentes, e ainda a família Barbosa, entre outros.

                  Em 1950, é elaborado o projeto de urbanização da futura cidade e surge o primeiro colégio, com o nome de São Francisco de Assis, protetor do padroeiro da cidade.

                  É demarcada e aberta com foice e machados a avenida principal batizada de Tamoyos, hoje, Avenida Antônio Ferreira Sobrinho em homenagem ao diretor presidente da CIPA por ser o Patriarca da família e fundador de Jaciara. Após, foi realizado um almoço entre os trabalhadores e suas famílias na casa da dona Santa. A CIPA então constrói a primeira casa de alvenaria, de propriedade do senhor Mariano José Delmondes.

                   Nos anos que se seguiram a cidade evoluiu consideravelmente. A CIPA lança campanhas publicitárias de vendas de pequenas áreas rurais em São Paulo, Minas Gerais e Paraná, mostrando que a cidade já era uma realidade um local para se estabelecer e ter seus sonhos realizados, com incentivo de pagamento da propriedade rural com a própria produção.

                   As campanhas têm excelentes resultados atraindo enorme contingente de brasileiros oriundos de vários rincões, e a cidade começa a prosperar. A tarefa de colonização é coroada com êxito, quando em 20 de dezembro de 1958, o então governador do Estado, João Ponce de Arruda, sanciona a Lei Estadual n.º 1.188, criando o município de Jaciara.



                   Ainda em 1958, tem início à abertura da rodovia MT-15, hoje, BR-364, que trouxe novos impulsos à agricultura, pois viria permitir o escoamento da produção aos centros de consumo nacional. Já em 1959, é nomeado pelo governador do Estado, o primeiro prefeito municipal, senhor Alberto Tavares, que governou até 1963.

                   Em 31 de janeiro de 1963, tomou posse o primeiro prefeito eleito, senhor Antônio Bastos Pereira, e em sua gestão é instalada a primeira agência bancária que era o Banco do Povo, atualmente HSBC, e também, o primeiro posto de gasolina, Posto Shell, de propriedade de José Cassiano da Silva.

                    A partir de 1975, migram para as terras de Jaciara famílias oriundas do sul do País, notadamente do Rio Grande do Sul. Os gaúchos importaram para a região, tecnologia de ponta e se deu início a plantação da soja no cerrado, cujo resultado, foi de pleno êxito e muito animador, fazendo uma brusca transformação na economia. Dessa forma, a soja transforma-se na principal fonte de riqueza de Jaciara.

                     Em 30 de junho de 1978, através da Lei nº 4.004, é criada a Comarca de Jaciara, composta, além do município sede, pelos distritos de São Pedro da Cipa (hoje município) e Selma (antigo Jatobá).

O POR QUÊ DO NOME JACIARA

                     A cidade não tinha nome específico, embora fosse chamada de CIPA. E, por isso, esta empresa, observando o impulso do crescimento do lugar, sentiu que a obra principal precisava ter um nome. Surgiu daí, a idéia de se realizar um concurso, que foi aberto recebendo várias sugestões.                                    
                     Após estudos, foi escolhido o nome sugerido por Coreolano de Assunção, um dos sócios da companhia, que observando as obras de Humberto Campos, encontra a lenda da Índia Jaciara, Senhora da Lua, no texto Vitória Régia.

                     Assim, o lugar recebeu o nome de Jaciara. Sendo ainda de origem Tupi-Guarani, todos os nomes de ruas e logradouros que foram abertos por Paulo da Costa Ferreira, o qual foi peça fundamental na fundação e colonização de Jaciara.

JACI – de origem Tupi = Lua
ARA – de origem latim = Altar (Pedra)
JACIARA = Altar da Lua ou Senhora da Lua

OS PIONEIROS

                   A partir de 1877, os irmãos Limirio Enéias de Moura, Luiz França de Moura, Osório Irineu de Moraes, Manoel de Moura e sua esposa Elvidelina Malhado de Moura, já moravam aqui, na localidade chamada Brilhante, comunidade estritamente evangélica, que, aliás, temos a primeira Igreja Presbiteriana construída pelas mãos dos irmãos Moura e Moraes.

                   Posteriormente chegaram os fundadores de Jaciara: a família Ferreira, seguida de Nicola Radica, Coreolano de Assunção e mais tarde, Rodes Roldão Rodrigo, Adolfo Menezes, o catarinense Rodolfo Boell, primeiro tabelião casado com Dulce Dacol, Paulo Leal, Eugênio Sacaramal, Leopoldo Francisco Sonsin, Pedro Galdino e João Radica, que passaram a viver com suas famílias.

RIQUEZAS NATURAIS

                   Houve facilidade de penetração, porque se trata de um Planalto próximo à Cuiabá e as vias de fácil acesso a outros pontos do país, principalmente às região Sul e Sudeste.

                   Outro fator importante que chamou a atenção foi a boa qualidade da terra, com as suas riquezas extraordinárias, dadas as notáveis plantações de soja, cana-de-açúcar, feijão, milho, arroz, algodão e outras de menos importância no contexto econômico do município.

ORIGEM MIGRATÓRIA

                   No início foram os Paulistas, catarinenses, nordestinos, depois vieram os mineiros, goianos, paranaenses e os gaúchos. Com a chegada dos gaúchos houve uma acentuada modificação na estrutura agrícola, fazendo do cerrado, terras produtivas.

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